Inquilino do Coração
Preciso expulsar alguém
Que mora em minha propriedade
A muito tempo e não paga aluguel.
Por mais que eu cobre
Percebo que esse alguém
Não pretende, não tem intenção nenhuma
De pagar pelo uso deste nobre
bem
Como fui deixar que esse alguém
Fixasse residência em minha propriedade
Por tanto tempo sem nada pagar?
A verdade é que eu esperava que um dia
Esse alguém si tocasse
E percebesse onde estava morando.
E decidisse por conta própria
A pagar o aluguel com juros e correção monetária.
Mas isso não aconteceu.
E eu continuei esperando.
Até que vi que era hora de cobrar.
Porém minhas cobranças não obteve o resultado esperado.
E esse inquilino continua a morar
Em minha propriedade sem pagar aluguel.
Contudo estou decidido
A tomar uma atitude
Um tanto quanto cruel.
Se não houver nenhum sinal de mudança de intenção quanto ao pagamento.
Eu preciso expulsar esse inquilino ingrato
De minha propriedade vital.
Mesmo assim, se isso acontecer,
Sei que ele deixará muitas contas sem pagar.
Mas é preciso que ele vá
É preciso que ele vá.
Para que a propriedade fique livre.
E eu possa assim encontrar
Um novo inquilino que esteja disposto
A trazer os devidos rendimentos
Pelo uso desta propriedade que tanto gosto
E não me prive
de colher os frutos
De seus suaves batimentos.
Pois se isso não for feito.
E o atual inquilino não demonstrar
Que pretende num breve futuro pagar.
Então não vai ter mesmo jeito.
Essa atitude vou ter que tomar.
Pois um velho e sábio escritor me disse certa vez:
"Em rocha que não vai sair água,
não adianta ficar batendo com o cajado."
E se assim o for será preciso
Com ele certamente concordar.
E se o inquilino não pagar o aluguel do mês.
Então ele eu preciso expulsar.
E em meu coração esse inquilino,
Não poderá mais morar.