Assim expiram os lobos

Publicado por: R R Vieira
Data: 25/01/2020
Classificação de conteúdo: seguro

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Titulo: Assim expiram os lobos, Autor: R R Vieira
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Assim expiram os lobos

Há uma degradante presença

Que manifesta certa ausência

Como um torto corvo

A vagar pelo horto

Num crepúsculo turvo

Permaneça distante, corvo

Distante, corvo

Pois somos ocos-

Mas o corvo não ouve o lobo

Pois da ausência se alimenta sua presença

E crianças com faces de morcego cantavam em coral

Musicas que outrora pressagiaram a chegada do chacal

E os Lírios sobre trilhos eram transportados

Debulhando o joio outrora plantado

Na ceifa da figueira-brava

As flamas tocavam a antecâmara, pressagiando, espreitando

Os aposentos reais de homens irreais

Desvanecentes, ainda não ausentes

Os violinos não tocavam para os que naufragavam

O vermelho não se abria para o que seguia

Nas masmorras e nos porões

Nos castelos e nos salões

Sobre cantos ou sobre prantos

Com a dor mais aguda

Ou em sono profundo

Há sempre desespero escondido no sussurro, pressagiando, espreitando

Assim expiram os lobos

“Não com uma explosão, mas com um sussurro”

“Pois no seu princípio estava seu fim“

As partes entre aspas são uma referência indireta a TS Eliot em homens ocos e quarto quartetos.

R R Vieira
Enviado por R R Vieira em 25/01/2020
Reeditado em 28/01/2020
Código do texto: T6849912
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