Não menospreze as crianças, todas que existem.
Não as menospreze, não só por serem puras,
Não as menospreze porque todas resistem
Às maldades adultas e criam sua própria cura.
Não se sinta prepotente por estar em outra fase,
Uma criança enxerga na tua mente sua dor,
Mas seja do jeito que for, não entende o sofrimento.
Toda criança a cada momento passa por uma nuvem de amor.
E tem crianças de vinte e tantos anos que se sentem esquecidas,
Há crianças perdidas na vida e outras escondidas,
Todas elas um tanto parecidas,
Todas elas uma lembrança revivida.
Por onde andou todo esse tempo que se esqueceu da infância?
Quem me dera ter a mente do zero e poder começar outra vez.
Iria de casa em casa, de mês em mês, cumprimentar todos vocês
E ainda sair de porta em porta tocando campainhas aleatórias.
Tenho a criança como parte de toda história, o exemplo total,
Não é necessariamente ser feliz ou triste, é ser à parte.
E com à parte digo todas as frases e sentidos possíveis,
Todas as crianças são incríveis e ponto final.
Ora, que ponto final o que... Dou mais frases a merecer,
Dou mais falas a serem ditas, dou mais vozes a serem ouvidas,
Dou mais palavras a serem escritas... A criança aqui ressuscita,
A criança de lá não é a que fica, mas um pouco da de agora,
Uma hora mora, outra vai embora... Enfim, eu ei de finalizar,
Eu ei de pôr no lugar a sensação passageira, derradeira,
No entanto verdadeira e sincera, mais que se espera,
Adeus, tchau, tchau e agora sim, ponto final.