Murmúrios inaudíveis na agonia do sexo
nas sombras do murro,
amante entranhado á amada, caricias
secretas incríveis,
nas palavras não faladas, jactos de vapores
nas narinas dilatadas .
Lábios ardentes cor de ouro latente
pela luz que despontava tímida no horizonte,
braços, mãos, coxas e dedos quentes, entre
ávidos joelhos,
esculpidos a ferros e tingindo
de amarelo no céu que já foi
vermelho.
Toda a doçura escura e furtiva é
como uma estrada viva, verga dura serpenteando
nas entranhas desta mata.
Muito além do céu maravilhado
onde anjos digladiam ferozes sem dizer
nada e todas as estrelas assistindo espantadas
a derradeira contenda.
Finalmente a noite é calada e
com seu ventre aberto e brilhante
extravasando líquido
fecundante.
E todo o mistério
assola seus corpos exaustos
que faziam de cama...
o chão do sujo cemitério.