O ÊXTASE DO BOBO E DO POETA

Publicado por: Richard Foxe
Data: 26/09/2019
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Locutora: Maria Ventania
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O ÊXTASE DO BOBO E DO POETA

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Cansei de tributar à vida, de pronunciá-la,

de vestir trapos de moleque envenenado

-pávido a tragar mais trevas que mel

do favo pútrido furtado.

Cessei de acreditar que a vida mexe na carne

invertebrada do pinheiro paralelo ao vendaval,

no pio desafinado do morcego espatifado no concreto,

no cetro (glória do rubi) que se deixa

liquidar no bazar aventureiro da calçada…

Agora sei! A Vida, da existência, nem é parente

por afinidade: então que fique ora e sempre relegada

em alta esfera, em pileque de alfaiate ultraterreno

ou em alva dignidade de deusa asteca -majestosa

caçadora de rãs e de mentiras. Talvez…

talvez a Vida só não zombe do partido dos iguais,

do êxtase do bobo e do poeta...

E seja para eles ferrugem de cometa

num vicejar demolido, delírio ocasional

de besta alada, faísca emocional

de compulsória e surpreendente

meta.

NOTA: Esse poema se encontra também no meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.

Richard Foxe
Enviado por Richard Foxe em 01/11/2016
Reeditado em 26/09/2019
Código do texto: T5810014
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