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Lá chega o vento e num instante
de pequenino vira um gigante:
-não poupa nada, vira telhados,
invade a casa por vidros quebrados.
Não tem respeito, tira os chapéus
que logo espalha lá em cima nos céus;
ele adora fazer brincadeiras:
-da burguesia ignora as maneiras.
É uma criança com força de touro,
mas pode ser um menino de ouro:
-leva sementes pra longe na terra
e traz as chuvas que aguam a serra.
As aves temem seu pérfido efeito
(os peixes porém não tem preconceito);
as nuvens gostam da valsa do vento
enquanto o sertão aguarda sedento.
E quando explode com tanta energia
o matuto o apelida de ventania,
mas de repente se aplaca perplexo...
como um amante depois dum amplexo.
NOTA: Esse poema se encontra também no meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.