TARTAROS
Por sete anos cantei minha história
de sangue e sacrifício,
na pele carrego as marcas
da autoflagelação.
Ainda poderão ouvir,
se prestarem bem atenção:
O eco das grutas da morte
resulta do meu último grito.
Preso entre a dor e o prazer,
clamei aos olhos celestes
que elevassem a alma de um pobre demônio ferido.
Sujo e gasto,
Decrépito e maculado,
forjei com as próprias mãos
os portões de Tártaros
na vã esperança de alcançar
a atenção dos céus,
entreguei-me a uma existência mórbida:
você descobre que pode morrer
e continuar
respirando
(esse ar de enxofre que a alma exala.)