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A cúspide do tempo, ou seja o corredio momento
sempre além do passado, mas aquém do futuro
(numa palavra: o instante) oxente! existe,
e seu vaivém obscuro pode ser flagrado
com a fotografia. O fenômeno é patente.
Elegante, se exibida com disfarçado
interesse num coquetel displicente, a foto
é tida simulacro de horizonte pelo marujo
aprisionado no convés bamboleante.
Um porta-retratos bem alisado (mundana
arte), contra a insidiosa tirania das rugas
será real baluarte desde que no vidro…
duas hipnóticas pupilas de cigana!
Destarte a foto, metáfora elegante e
pachorrenta do elixir da longa vida,
embaça a deslealdade do moto sideral;
e ainda desmente a crendice infante
de quem, culpando a inócua bebida
ou a criativa ociosidade, altivo recusa
a virtude da cúmplice objetiva a qual
manuseada com critério seletivo (isso é importante!)
deveras celebra a ditosa juventude e cristaliza…
a idade!
Esse poema faz parte do meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.