ALMAS AFINS

No obscuro da mente
Vivo internamente
Calabouços infernais
Ouço gritos
Dos carrascos malditos
Tal como generais


São ordens precisas
De mentes nocivas
A me tirar o sossego
A me volver do chão
São almas sem coração
Do ódio tem um apego


Querem vingança
Matam a esperança
Do pobre irmão
De alma perdida
Sem ter nada mais na vida
Só lhe resta a escravidão


Almas afins
Levitam pelos jardins
A procura dos seus
Vivem agrupados
Com os mesmos fardos
Sem o alívio de Deus.


Por não terem discernimento
Dos atos em andamento
São espíritos obcecados
Pelo ódio e a intolerância
Vivem na tola ignorância
De não serem perdoados...


Mas Deus é todo soberano
Não desampara nem o insano
Na loucura vivem tantos
Desatinos aos milhares
Destruindo infinitos lares
Levando da vida os encantos


Mas há de se chegar o dia
Que findará toda a sua rebeldia
Levantará as mãos para o céu
Deixará de lado as maldades
Então, saberá suas verdades
Quando lhe for retirado o véu


Que descobre as imperfeições
Deixando à mostra as lições
Não completadas por rebeldia
Terá uma outra oportunidade
Reviver a prática da caridade
No renascer de cada novo dia...

(Simone Medeiros)