Criar asas para sobrevoar os mares
desses pútridos e ocultos medos engendrados na alma
que cegam.
Chegar alto
no zênite do tempo,
ultrapassar o impossível.
Cortar as asas para despencar
em queda livre
no âmago da solidão,
enterrar-se fundo,
perder-se no absurdo e
renascer profano,
desnudo,
inútil para trivialidades.
Sem asas, sem céus ou mares,
sem ser, desaprender a repetir,
perder as asas para abrir olhos
por todos lugares;
mesmo com os pés no chão
ser onisciente, seu próprio deus,