Naqueles montes distantes,
Nessas manhãs ofuscantes,
Quero ver meu corpo,
Adormecido no teu conforto;
Quero despertar contigo,
Para ter teu amor amigo.
Para ver o sol no mar,
E ter coragem de te abraçar.
Sorrir sem amargura na alma,
E contemplar-te com calma;
Na quietude de uma vida,
Sem preconceitos e sem despedida.
Nas belas noites onde
Com calma a lua se esconde.
E na madrugada de inverno sofrido,
Quero ter refúgio no teu peito amigo.
E naqueles morros ondulantes,
Fizeste os dias mais triunfantes;
Para agasalhar-me nos teus braços,
E sufocar-me nos teus abraços.
Fazer do teu suspiro, uma canção,
Que traduza todo amor do teu coração.
Mais puro que a tua imagem, o teu viver,
A tua vida, os teus sonhos, o teu ser.
E desses teus olhos aflitos,
Acordar-te com os meus gritos.
Que na agonia, acaricias meu rosto,
E dessa manhã sentir o leve gosto,
Do doce e suave aroma matinal,
Que nos envolveu nesse momento angelical.
Mas, suave como teu morno hálito,
Mais brando que teu rosto pálido.
Depois teus braços cansados,
Caíram para o lado separados.
Tiveram fim os momentos de amor,
Do peito aliviado, explodiu um forte clamor;
Que acaba no desejo adormecido,
E na breve harmonia de um sono merecido.
Entre cochilos e a face serena,
Fizemos a vida mais amena.
Década de 70.
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