Não sei por quê?!
Não sei dizer, nem lhe explicar, agora,
Por que me atrai o céu e me fascina.
Por que minha alma triste e peregrina,
Subindo vai pelo infinito, afora....
Não sei dizer, nem lhe explicar deveras,
Por que a solidão do mar a arrasta
E os horizontes e a planície vasta
Povoam-na de sonhos e quimeras!...
Apenas sei que fico só, vazio...
Perdido em meus pensares, me extasio,
A solidão me invade e me automatiza...
A tudo que me cerca, fico alheio!
Sonhar! Subir! Voar é meu anseio,
Fugindo a um mundo que me brutaliza...
Escrito em janeiro de 1962