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Um poema rechear,
enfiar redondilhas na caneta
e enfim desenfornar
um suspeito diploma de poeta…
seriamente!
é esfoliar cebolas em busca da semente.
Pois o verso -o de categoria-
é iguaria regada a suor:
nem sobejo de mercearia
nem insosso caseiro licor;
e breque o coração seu turbamento
pois vale o calo quanto o sentimento.
Pode enlevar um pomposo poema
se for mais prato que suflê de linguado?
cada pé e fonema
necessita de pulso redobrado…
mais que a coxa roliça e palpitante
da pálida amante.
Alcançado o topo -claro instinto de atleta-
ofegante expirando louvores
ao céu, o padeiro poeta
de tanto amassar esquece os suores…
a sua empresa foi dura e atribulada:
dobrou o sarcasmo da ladeira ensaboada!
Esse poema se encontra também no meu E-book intitulado: "Todos os Poemas" que pode ser baixado grátis na seção E-livros da minha escrivaninha.