Surges como floração em botão
que um dia será flor.
Vens como um broto
colorir o verde da terra.
Dos pais, és só cuidados,
dos avós, a eterna festa
e dos irmãos, quase um brinquedo.
Não deixes de ser irmã, filha e neta.
Adorna a luz das tuas fantasias
com um laço de fita.
Cobre a nudez dos teus sonhos
com um vestido de chita.
Procura, pelos cantos da casa,
pelas cirandas e contos de fada,
o teu príncipe encantado.
Conserves sempre a namorada.
No mistério das tuas cavidades,
continua tecendo com carinho,
dos homens, a imortalidade.
Teu ventre é nosso ninho.
Jamais renuncies a maternidade.
Deixa correr as águas da fertilidade
no labirinto dos teus orifícios.
Tira férias da maternidade
e seja toda naquele instante.
Jamais abdiques da “esposamante”.
Busca o bem, o bom, a beleza
e ponha lenha na fogueira.
Viva sob as leis da natureza
e engrossa, das ativistas, a fileira.
Nunca desertes da companheira.
Deixa o pó do tempo
agrisalhar os teus cabelos.
Continua com o teu canto
ninando os filhos do teu rebento.
Na cadeira de embalo,
e antes que o tempo te faça pó,
não desfaz o encantamento.
Nunca deixes de ser avó.
Expressa tua individualidade.
levanta a cabeça,
arrebita o nariz,
empina os seios e mexe mais os quadris.
No espaço da história,
conquista teu lugar
e seja, de mulher, a eterna aprendiz.
Seja, de mulher, a eterna aprendiz.
A terra só vai cantar e dançar
Quando tu, Mulher, fores feliz.
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