PAPEL VAZIO
Não haverá explicação que entenda o admirar.
Caiba à maneira precisa, explícita, clara,
Que a metáfora indecisa, é o sentido a beirar
Espanto e sombra, base ampla, da funda vala.
Guarda atitudes reprimidas; delirar
Metonímias, imprecisas que a voz se cala...
Arrola termos, abrandados dos sinônimos,
E que admira sem entrega, e volte-lhe a fala...
Volta a voz, e a vaidade e o orgulho, (seus epônimos),
Reintegram-se a seu modo de agir, avassala
O que havia de belo a admirar-se, mas há hormônios
Que mostram-lhe a fraqueza. E com quem acasala,
Impede que se demonstre algo a interessá-la,
Lendo um papel vazio, sem a letra, sem nada...