Hoje eu não tenho motivos para voltar
apenas o silencio do pó é o que me espera
ausência pura é o que resta naquele lugar
hoje o inverno transcende a primavera
hoje não há busca e só existe o nada
somente a tênue vibração de um estertor
e me leva pela terra dura da estrada
nas noites sem luar e sem amor
e não brilha mais a longa madrugada
Então escrevo o teu nome na areia
na praia do meu coração
a lembrança a minha alma incendeia
saudades é tanta e desta maneira
escrevo também no espelho que reflete
a minha desilusão
Hoje juntar pedaços do meu coração
é quase uma rotina
enquanto
olho a cidade de cima
eu ouço uma canção...
que indiferente à minha sina...que é
como um rio... que no mar se desintegra e termina.