OLHOS DISTANTES
Os olhos vão ao longe
Onde se encontram o azul do céu,
O branco de nuvens
E as multicoloridas águas do mar.
Deslumbram os verdes das matas
Os olhos ainda nos distantes
Montes que as levam tão alto
Juntos às brilhantes e quentes praias.
E a pele do rosto aquece
Voltada na insistente direção
Incandescente do Sol
Imposta por esses olhos carentes,
Que, teimosamente afastados,
Inebriados pelo que é de todos,
Negligenciam o tão somente seus,
Ali tão pertos, ao lado.
Devotados olhos brilhantes,
Neles concentradas no perto
Todas as belezas distantes
E juntinho um sorriso de encantos,
Pacientemente aguardam
(Nesses olhares longínquos)
Um instante de cansaço
E que voltem a este curto espaço
Trazendo neles todas as doçuras
Roubadas remotamente
E os notem, ali, desejosos
E neles olhem e encontrem o que procuram.