SONETO AO POETA MORTO
Pouco importa seja excêntrico ou louco,
Ou se a sua vida trouxe expectativa...
Mas pelo que veio, nunca seria pouco
O resultado da retrospectiva.
Poeta que não mais produz, não acrescenta
E é por esse fato, (da obra estancada,)
Da poesia transcrita, de luz ou doente,
Da roupa a rigor, letras alinhavadas.
Dá-se o interesse: o sagaz detetive,
Ousado e inclemente, assalta as gavetas
Em busca da história, de um fato incrível...
Porém, o poeta, que agora não veta
A bisbilhotice banal e horrível,
Faz parte da escrita da arte completa.