MAS DEIXA-ME!

-Vai!- e não leva de mim os meus dedos calados,

Mas aqui já disparados na amplidão deste papel!

Deixa em mim minha voz cálida, tão perene e sufocada

Que de ti já se resguarda de querer o mesmo céu!

-Vai-deixa as rimas tracejadas...que por ti foram negadas!

Embora já delineadas... a ecoarem no meu chão!

Tuas eternas pegadas, indeléveis e maltratadas...

Todas tão pisoteadas...a pungir meu coração.

-Vai! Vê se esquece a poesia, e toda a rima que algum dia

Te brotou da emoção! Mas coração nunca se abafa

Pois a mesma voz que cala...grita alta sofreguidão.

Deixa em mim meus dedos tristes...necessito dum alívio

Para a voz do coração! Nesta trilha malfadada

Por onde a poesia passa...deixa em paz...minha ilusão.