Eu sei que a minha alma é perene
mesmo que a carne esteja morta
ela se desprende , se solta
não há no mundo quem a apequene
Ela é forte viril e intensa
Uma luz do meio até a borda
como um tigre feroz é imensa
do meu corpo frágil transborda
Mas há um lado sombrio e escuro
feito fel, no seu lado impuro
pois no avesso a m'alma é louca
a dicotomia que eu censuro
é como um andar sobre um muro
é um beijo amargo na sua boca.