Não mais a afeição gratuita, apenas a indiferença fortuita
Não mais a dedicação renovável mas, o desprezo execrável
Não mais a admiração extensiva apenas, o escárnio explícito
Não mais o respeito esperado mas, o desrespeito debochado
Não mais a consideração memorável, apenas o frio implacável
Não mais a valoração da essência mas, o decrépito do brio
Não mais o prazer da companhia, apenas a distância fria
Não mais o calor do diálogo mas, o silêncio análogo
Não mais o aconchego do colo, apenas a falta do consolo
Não mais a confiança na proteção mas, a iminente decepção
Não mais a certeza do amor benfazejo, apenas o cruel desprezo
Não mais a amizade deferida mas, a fidelidade diluída
Não mais o bem querer externado, apenas o mal querer expressado
Não mais o carinho, posto que soçobrou mas, o vazio que abundou
Não mais o amor incondicional mas, o afastamento terminal
Não mais, não mais, não mais...
Nada, nada, nada...
Vazio, vazio, vazio...
Frio, frio, frio...