Texto: Fim de tudo (com interação de Patricia Neme)
Autor: Antonio Lycerio Pompeo de Barros
Voz e edição: Ariadne Cavalcante
Música: Valsa sentimental / Piotr Ilitch Tchaikovsky
Talvez, caia, amanhã, na minha vida, o pano Que marca o fim, a derradeira folha escrita No livro que se fecha pela mão bendita Do Eterno Extirpador do sofrimento humano!...
E as minhas emoções! O meu amor candente!... As ilusões! Os sonhos que sonhei um dia! Silenciarão comigo, numa tumba fria, Erguida no planalto, sob a brisa olente!...
E tudo que passou: o pranto! o riso! a dor! A noite mal dormida! O delirante amor Que nos prendeu, assim, mal grado as queixas tuas!
Tudo, afinal, querida, havido entre nós dois, Será esse vazio que há de vir depois... Saudades! Solidão! Desesperanças nuas!...
Maio de 1966.
QUANDO CAIR O PANO
Quando cair o pano e eu depuser a vida
no altar do julgamento e o Cosmo Onipotente
avaliar meu passo e a senda percorrida,
onde ofertei-me à Terra em flor, fruto, semente...
Quando cair o pano e a amara despedida
tentar esmaecer o amor em mim latente,
entretecendo véus que mantenham retida
a busca por teu ser, da aurora ao sol poente...
Então hei de romper o meu limite humano,
para enfrentar, no azul, o olhar do Grande Arcano,
rogando eu te reencontre ainda uma vez mais.
Para dizer que te amo, amor por sempre eterno,
além da pequenez que há entre o céu e o inferno,
que numa tumba fria não finda, jamais!
Patricia Neme
Antonio Lycério Pompeo de Barros
Enviado por Antonio Lycério Pompeo de Barros em 06/03/2013
Reeditado em 06/03/2013
Código do texto: T4173609
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