Se te amo!
Ainda me peguntas se te amo...
Se aceso tenho aquele sentimento,
Que me fez crer em teu amor profano,
Fonte de todo meu padecimento...
Por mim responda minha mocidade,
Aos braços teus lançada, loucamente...
Buscando, aflito e a rir, felicidade
Onde morava a ingratidão, somente...
Falem por mim o meu viver errante...
A ânsia que sinto em buscar distante,
O fim desta agonia prolongada...
Falem por mim os vícios que consomem,
Que martirizam este pobre homem,
Hoje sem fé, sem pão, sem Deus, sem nada...
Escrito em setembro de 1946