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Paraíso delirante
A vida é pontual.
Pontos há no mundo,
nos corpos...
Tudo bem simples, genial.
Na ponta de tudo,
ou de quase tudo, penso,
há pontos e pontes.
Há pingos e fontes também.
Descreveria os pontos no céu,
minúsculos gigantescos corpos
- Tudo dependente do referencial;
do que percebo e do que é real.
Mergulharia nos oceanos,
tocando os cristais de Netuno.
Nas profundezas, apenas o tato...
De um mundo sem luz,
de pontos sem iguais.
Entre o céu e a terra...
Que pontos seduzem meu olhar?
Singularizo num ponto,
que pulsa e tem volume
- O teu templo angelical.
Entre o véu e a erva...
Que licor seduz meu paladar?
Individualizo num sabor,
que já pude degustar
- O teu sexo etéreo, ancestral.
Nem o céu nem o mar.
Nem no céu nem no mar.
Meu paraíso delirante, simples,
está escondido no teu corpo
- Em nenhum outro lugar.
Nijair Araújo Pinto
Iguatu, 12 de março de 2017.
10h02min
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