Quem é que rouba cada minuto da minha vida?
Quem poderá fazer o que se faz?
E a cada noite uma nova fatia perdida
Sempre é mais doída
Como uma mordida de uma boca voraz
Toda noite a terra mal começa a girar
Neste mundo aonde a vertigem é suprema
E esta magia por mais que seja pequena
Seca a carne e a alma, destrói o ar.
Quem em mim poderá esta loucura criar?
Quem em mim me lança ao desamparo?
E me tira o claro me jogando na intensa escuridão
Se eu disparo pela rua como um louco alucinado
Como uma última cena de um teatro sepultado
Ecoa em meu carma em minha alma e em meu coração
Quem em mim me transcende neste caos de violência
E me remete a finitude deste tempo e deste espaço
Onde a paixão é chama e também barras de aço
Pedaços de uma vida vão ficando nos caminhos
Carcomida desgraçadamente do primeiro ao ultimo passo.