A verdade é feita de fogo,
pelo fogo, em fogo.
Ela arde em chama,
clama e exclama.
Faz-se ouvir
em seu vociferante rogo.
A verdade tem que queimar.
Ignígeno agir,
ignígeno pensar.
A verdade é a luz que acende a lua:
explosão estelar.
É da música, o silêncio;
da bandeira, o drapejar.
É da fogueira o calor;
da lenha, o crepitar.
Ela é a fumaça da queima;
do incenso, o perfume
(desenhos no ar).
Não há a sua essência,
não há o seu calor,
se não queimar.
E desse ardor,
dessa fusão,
desse fulgir,
surgem as suas cinzas,
que espalhadas pelo vento,
jogadas sobre o mar
ou colocadas no sopé de uma parreira,
fertilizam:
Vida da Vida;
Árvore da Árvore;
Verbo em carne
(desta vez sem sangrar).
Asas d’alma;
renovo de liberdade.
Purificação do pão, do vinho,
da terra, da água e do ar.
Ela faz renascer, reverdecer.
Princípio do princípio.
Eflorescência.
A verdade é o Fogo.
Interação de Marisa Costa:
Sonhos reais...
mente e paz...
verdade acredita na vida...
a beleza mora lá...
(obrigado Marisa)
Interação de Aglaure Martins:
A verdade vibra
no silêncio que grita
e rumina palavras...
Faz ferver a verve
no sibilar berrante
da expressão que cala.
A verdade é doce
é rude, é veloz, é lenta...
É prolixa, é concisa
implode entre sílabas
explode no ecoar das rimas
e ri de quem nada fala.
(obrigado Gall)
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Para esta poesia, eu fiz um áudio vestido pela música "Hallelujah" de "Leonard Cohen" interpretada pelo "Brooklyn Duo". Convido a todos os amigos e amigas a ouvirem-no clicando no link abaixo. Obrigado!
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