Ah! Que tristes e impenetráveis são teus cantos.
Ah! Quantas dores, quantos ais... Quanta saudade...
Quantas liras de amor que em todos os recantos
ecoam sofridas nas dobras da eternidade!
Mas ó doce Euterpe: -Por que tantos encantos
se escondem em segredos e nebulosidade?
Ah! desvenda-me o arcano desses mundos santos,
vem a mim, filha de Zeus, vem doce deidade,
Pois que eu morro ao ver-te assim, versejando em prantos...
Quem és, afinal, impávida claridade?
De que orbe vieste sussurrando-me acalantos
em louvores d!um amor, no mundo, raridade!
Ah! que tristes e impenetráveis são teus cantos.
07/09/2006