Assim sou: rio; então rio de mim também,
E vou além da vastidão do meu peito,
Com jeito ainda frio; busco fazer bem.
Até com desdém as margens do leito.
E acho alguns entulhos em minha frente,
Falsa gente em um embrulho bonito,
Abafo o grito e mergulho na mente,
E ninguém sente meu orgulho em agito
As beiras de mim, eu cultivo flores,
Cores de incentivo, notável ponte,
Ora fonte potável atrás monte.
Assim sou: rio; então rio de mim horrores,
Com dores eu choro, deságuo turva,
Se chuva de zelos, verte-me a curva.
Uberlândia MG
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