O que você é para mim?

O que você é para mim?

- O que você é para mim?

Alguém pichou naquele muro

spray vazado, fundo escuro,

em letras bem grandes, assim:

- O QUE VOCÊ É PARA MIM?

Perdi a pressa; o mais urgente

era essa frase inocente

me repetindo assim:

- O que você é para mim?

Ah! Eu quero ser esse muro

que firme, grande e escuro

seja um painel seguro

pra você se projetar...

Eu quero ser o contraste;

que eu lhe acolha, eu lhe baste

e ali seu brilho se engaste

como uma joia no altar.

- O que você é para mim?

Aquela frase tomou forma.

Vazada, viva, enfeita, adorna,

brada um alerta, um clarim:

- O QUE VOCÊ É PARA MIM?

E, de repente, o mais urgente

era essa frase inocente

me repetindo assim:

- O que você é para mim?

Você?

Você é para mim

a razão de todo dia,

minha maior garantia

de que valeu a pena sim...

Você?

Você é minha doce aliada

(sim, valeu a pena sim...);

Você?

O abrigo na longa estrada

(sim, valeu a pena sim...);

Ah! Você é minha amada,

a melhor parte de mim!

Granja Viana/Cotia, 11 de julho de 2016 - 17h