A menina que voava
De repente perde as asas
E não mais ela voava
De repente pisava em brasas
Chão rachado sertanejo
Sem chuva para molhar
Sem água para beber
Sem terra para plantar
No sonho dela havia água
Nos sonhos dela que eram verdes
Hoje só há galhos secos
Onde nenhum rio deságua
E essa menina cheia de esperança
De melhorar sua vida um dia
Trabalha calejando as mãos
Suando no pingo do meio dia
A menina que outrora voava
E com campos verdes sonhava
Finda sua vida deixando de herança
Em cada coração de um filho
Amor, carinho e esperança.
Dedicado à minha mãe.