No estômago fundo do imo; um vazio,
Frio arrimo, âmago a mirar profundo,
Um mundo de amar no limo arredio,
Falta brio, num degustar fecundo.
Fome aperta, falta-te a refeição,
Uma alerta na pauta te consome,
Some-te de ti, em alta a solidão,
E sem ação teu ‘eu’ salta; é só pronome.
Apetite voraz e nada a mesa,
Tristeza sagaz numa alma faminta,
Fintas à paz, uma calma te pinta.
Entorna-te disponível, leveza,
Acesa e legível; em cor te tornas,
Morre a fome; amor cai como bigornas.
Uberlândia MG
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