Para a Inha
Acordei de soslaio em teu belo sorriso,
Da tua apaziguada alva alma indefinida,
Anseio deleitar-me assaz no teu ventre liso,
Sonhar bem alto acordado a tua vinda.
Não esquecerei o dia em que te senti,
Pela primeira vez eu vil renunciava,
Ao triste longo fado em que sempre vivi,
Pois encontrara a mulher que desejava.
Só me deste carinhos e amor gentil,
Sem culpas, renúncias nem omissão,
Cúmplices os dois na paixão febril,
Vieste até mim e deste-me a mão.
Gloriosa flor do meu jardim,
Que nasceste enfeitiçada,
Floresceste fiel em mim,
Jamais serás atraiçoada.
Vives em mim apaixonada,
E eu em ti amo encarcerado,
Ao teu beijo pendo a minha alma,
No calor do teu abraço apertado.