Dentém-se em marasmo o barco
da esperança que amanhecia
que vai cedendo
e balança
na opaca desventura

horizonte de negrura
cresce ameaça e avança

Fala-se à boca pequena

aperta-nos a garganta
a garra impune
que rouba
o pão nosso
que nos falta

Vale-nos
crer ainda
mudar este mar da vida
em verde lavra
ceara
em novas ondas
de espr'ança
novos tempos
de mudança
novas marés
de ventura!