LONGE DO ORGULHO
Caminhar deve ser longe do orgulho,
Para igualar-se o imaginado ao espelho,
Não sentir pedregulho ou grão de milho
Que fira aos pés, e canse à perna e ao joelho.
E mais leve o passo, menos barulho,
O andar levanta menos pó vermelho,
Com menor risco de levar areia ao olho,
Perdendo o ritmo, o tempo, dar-se ao encalhe...
Caminha e não se vê, feito andarilho,
Quem passa, à face marca, e o mesmo atalho
Trouxe a luz, limpou a voz, fez vivo o brilho,
Tornou possível vestir o agasalho,
Resolveu a todo tipo de empecilho...
E protegeu desatenção e ato falho.