Duvido haver por aí
uma fazenda tão linda
quanto a que eu conheci
Pertence ao Senhor Amadeu
um defensor dos bichos
que acredita que a natureza
é uma dádiva de Deus
Vi animais divertidos
gato, cachorro, cabrito
pássaros de todo tipo
papagaio, maritaca,
pica-pau, periquito
Macaquinhos salientes
chegando perto da gente
Vi bichos invertebrados
centopéias, tatu-bola
escondendo-se no gramado
Vi taturanas, joaninhas
borboletas, mariposas
descansando sobre as folhas
Só tive um pouco de medo
de uma formiga gigante
parecendo lagartixa
com tromba de elefante
Senhor Amadeu aconselha
Se encostar eles se assustam
picam, queimam e ferroam
a pele fica vermelha
Se tratados como convém
não atacarão ninguém
O amigo explica às crianças
os segredos da natureza
Lembra da dor dos bichinhos
Sofrendo sem reclamar
Porque não sabem falar
Nem fazer gestos humanos
Ele diz que tem um plano
de defesa da natureza
A proeza é quase um sonho
a se espalhar pelo mundo
As árvores seriam o castelo
e os bichos a realeza
O fazendeiro admira
O poder que têm as plantas
O perfume que vem das flores
Os frutos e seus sabores
Diz que cedo se levanta
E cuida de tudo sozinho
Por isso a felicidade
É o que reina em seu caminho
Desde jovem age assim
Tem a máxima atenção
Com questões ambientais
Com a água das nascentes
Com a saúde dos animais
Com as espécies vegetais
Estejam em risco ou não
Tudo merece cuidado
O pomar é um caso à parte
imensos pés de abacate
De laranja, tangerina
E perto da casa onde mora
Há frutos que a gente adora
Amora, graviola, acerola, carambola
Juá, araçá, maracujá
E antes que eu me esqueça
Caso você apareça
Nem precisa marcar hora
Leve cesta ou sacola
Pois na hora de ir embora
É certeira a cortesia
Sô Amadeu não se esquece
Um pouco de sua colheita
com amor nos oferece
Agradece a companhia
E com os olhos cheios d'água
Convida sempre os amigos
Pra voltarem outro dia