Falta dos Filhos

Filhos meus, não se ausentem de mim!

Não me entreguem aos meus carrascos!

Vos suplico! Filhos meus! Pareço pedra,

Pedra não sou. Sou feito agora de saudade e amor.

Filhos meus, não se ausentem de mim!

Não permitam que as traças da solidão me devorem.

Vos suplico! Filhos meus! Pareço pedra,

Pedra não sou. Sou feito de silêncio e dor.

Filhos meus, por onde vós andais?

Não me entreguem à essa carrasca dor dilacerante!

Vos suplico! Filhos meus! Pareço pedra,

Pedra não sou! Sou feito a erva caída, exposta ao sol.

Filhinhos! O que sentis?

Não permitam que esses arrolhos me trancafiem silente!

Não há paz em vossas ausênciais!

Há ferrugem nos trincos, nas cadeiras, no alpendre.

Se vossas vozes eu ouvisse!

Se vossos passos eu sentisse!

Se Vossos beijos me tocassem a face cálida!

Eu viveria outra vez, filhos meus ainda sou vosso pai.