O Velho Bêbado

Antagonicamente surge inebriado, mano tropo caminha, passo a passo, desliza. Será só? Será da noite? Será das livre, ou terá família? Nada se sabe dele, só o que balbucia por entre sussurros de agonia.

Passaram seus dias como névoa na entrada do verão. Qual branco amanhecer no fumo. Ficaram as dores encravadas ao coração. E há quem o ouça? Há quem o veja, assim? Não! Não há quem se importe pelo que diz.

Sua lucidez roubada pelo sangue amargante feito a martelo, já nada lhe diz. Apenas cala-se. Cá, no silêncio da noite morre com a razão de antes, feito semente morta que morreu para dar a luz, morre o homem em sua cruz.

São mil faces de um erro, mil jeito de se errar. Mil coisas que se encontra, mil caminhos de se encantar. Uma volta e sua contra- volta. Uma face e sua contra-face e o contorno que assevera. Haverá lucidez no sentido? De que lado vês?

Ah! Mas aquele homem, se homem fosse, seria de se pasmar. Um homem velho em devaneio, fazendo galhofadas da vida, inebria-se abúlico, na face oculta do limo, seu jeito de se externar.