O AMOR ENTRE O ESPINHO E A ROSA
(Sócrates Di Lima)
Entre o espinho e a rosa,
Uma saudade!
Um cântico triste que se aloja,
E os olhos invade.
Entre a rosa e o espinho,
Uma mão!
Embevecida no vinho,
Cálice de sangue do coração
Entre o vinho e a rosa,
Uma alma que chora,
Uma doce sensação enganosa,
Venenosa,
Que não vai-se embora!
E a rosa apanhada no frio,
Numa manhã em neblinas,
Um intrépido desafio,
Nos espinhos de pontas ferinas.
Como a rosa do meu coração,
E os espinhos do desamor,
Uma alma em sofreguidão,
Pingando em gotas de dor....
Ah! Que chora meus sentimentos vivos,
Desse amor de espinho,
A rosa, aqueles desejos ativos,
Longe da minha direção.
Entre a rosa e o espinho,
Um turbilhão de saudade,
Espinhos e rosas sem caridade,
Espalhadas no meu caminho,
sob pés descalços da imortalidade.
E em minhas mãos feridas,
Rasgadas pelos espinhos sem tosa,
Das vontades loucas e atrevidas,
Entre o corpo, a boca e as querências enternecidas,
O amor eloquente, entre o espinho e a rosas