Vácuos insólitos e inóspitos
Asteróides fantasmas caem
Atingindo o mar tranqüilo do planeta sonho
De tantos me livrei mais sempre penetram
Nas profundezas quebrando-se em ondas
Onde mergulha a proa, suspendendo a popa
Assim como um balé o barco sacode
Mas continua a navegar...
Vai deslizando e afastando
E a visão entorpecida pelas minúsculas gotas,
Misturam-se às brisas e escorrem
Como a chuva lavando o que ficou
Depois o tempo dissolve o sonho
Então quando a imagem estiver seca
Talvez eu esqueça
Que nada aconteceu com aquele menino
Hoje ele espia lá no parapeito do cais
Olhando as estrelas a recordar
Que um dia tudo aconteceu
A lembrança do barco que se foi
Para nunca mais voltar!