O Meu Nirvana (Augusto dos Anjos) No alheamento da obscura forma humana,De que, pensando, me desencarcero,Foi que eu, num grito de emoção, sinceroEncontrei, afinal, o meu Nirvana!Nessa manumissão schopenhauereana,Onde a Vida do humano aspecto feroSe desarraiga, eu, feito força, imperoNa imanência da Idéa Soberana!Destruída a sensação que oriunda foraDo tacto - ínfima antena aferidoraDestas tegumentárias mãos plebéas -Gozo o prazer, que os anos não carcomem,De haver trocado a minha forma de homemPela imortalidade das Idéas!Nota:Para ouvir este soneto recitado, clique no link abaixo:http://www.recantodasletras.com.br/audios/poesias/65391