O fogo do rubor marca tua face
Queimada nos ventos do outono cinzento,
Em mares que dormem na mansidão das areias
Nos velhos amores que de tempos em tempos
Expõe e desmascaram teus sentimentos
Agora que o sol perdeu todo o encanto
E o inverno se aproxima do teu olhar
Desfez-se o brilho desta vertigem, é um espanto
Este deserto em que não há lágrimas para chorar
Só lhe resta o riso de engasgo distorcido
E na face o desejo de nunca mais voltar
Coração de menina ainda não corrompido
Coração que amou e morreu por amar
Mas ainda há nos olhos de ontem, eterna chama
Se não fosse esta saudades que lentamente mata
Amar seria aquilo que simplesmente se ama.
Matar seria a ausência da própria razão do amar