A poesia
brota viva
num frasco
profundo e
devidamente
aquecido à tem
peratura de 36 graus.
A face de tal frasco não
traz nenhuma recomenda
ção que não seja a imodera
ção e a necessidade da em
briaguez contínua que acar
reta alucinações e um olhar
inquieto para a excelência
da humanidade. A essência
vital que preenche tal fras
co emana viva do tambor ne
gro já gasto, do livro escrito
à mão, do quadro mal pinta
do pelo autor, da montanha
torta ao longe da paisagem,
do ator que se doa ao palco
e da pétala que se despren
de lentamente da flor. E o
poeta, em seu esplendor, é
aquele que realmente guar
da no peito a vida que irra
dia dos mínimos elementos
que compõem a rotina.
*Poema selecionado para integrar a antologia do II Concurso de Poesias 20 de Outubro "Regina de Souza Marques de Almeida", promovido pela Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba - MG, recebendo menção honrosa (10/2014); selecionado para integrar o 2º número da Revista Andarilhos, de Coimbra, Portugal (02/2015); integrante da 69ª edição da Antologia Poética da Editora Palavra é arte; e selecionado para integrar a 4ª edição da revista (digital) de literatura Eels, do site Literatsi.