Andava eu só e desgastado em tormentos cruéis,
Vagueando no deserto que desde sempre percorrera,
Partilhando o meu oco pensar rastejante em lamaçal,
Com os vis fantasmas que me assistem no rancor.
Andava eu afogado em penosas mágoas tão tristes,
Incontáveis essas injucundas noites cativas em mim,
A escuridão onde me embrenhei em completa solidão,
As horas fluindo incessantes no meu ser prostrador.
E quando Tu chegaste qual Fénix renascida em fulgor,
Sobre os despojos em cinzas dos desejos torturados,
A tua graça divinal etérea pousou sobre mim em paz,
A fulgência do teu olhar fez acabar essa noite sem fim.
Eu te suplico grande Amor meu! Espera por mim,
Não me esqueças jamais minha visão celestial,
Foste a única a acalmar-me o choro compulsivo,
Com esse teu olhar candente por mim enternecido.
Fica a meu lado dormindo tranquila em perfeição,
E o que mais anseio perder é este meu vício de Ti,
Ai como eu quase sucumbo à tua miragem linda,
E ao desejo ardente que por Ti sinto perdidamente.