Acima você agoniza com a lua que aproxima.
Nesse caminhar das seis horas sob este frio de açoite.
Ó, lua cheia, que traz a saudade e o meu sonho dourado.
Não sei se posso te chamar dia, ou posso chamar-te noite.
Assim é o imaginário de minha vida neste sabor de passado.
Mora meu pensamento voando distante a mil anos-luz.
Imagens de gente, paisagens fulgurantes, estrelas brilhantes.
Nos campos correm ursos, leões, cordeiros e o avestruz.
Densas florestas, rios caudalosos, mares verdejantes.
Que faço nesse chão de tão pálida expressão!
Esta triste fumaça que a tudo emoldura.
Desanimando o que era antes versejado em canção.
Já não sinto o sereno nesta cidade que perdeu a ternura.
O poeta já não cruza aquela velha avenida.
Recolho na bagagem, despeço-me da turma, apresso a partida.
Digo-te adeus meu amigo! Você aqui não pode mais me ver
Para meu alento, espero te encontrar mais belo, lá bem longe
Sentado na varanda da casinha branca, vendo o dia amanhecer!