Eis as rosas de um tempo que esconde os espinhos para perfumar as mãos dos que as colhem sem machucar. Eis flores aveludadas que o tempo moldou, forjou nas lidas do dia a dia para crescer na matéria e na espiritualidade de luz.

Eis o tempo batendo à porta e nem mesmo essa medida de tempo implacável consegue desestimular ou arrefecer seus ímpetos de ser cada vez mais humana.

Eis o sol se apagando lento no horizonte e deixando o véu negro da noite para que nele você sonhe seus mais lindos sonhos e recorde somente dos momentos de alegrias, porque relembrar as dores do passado é duplicar sofrimentos.

Eis os orvalhos matutinos que o sereno da madrugada lapidou nas gramíneas singelas e nas flores alegres que nascem, vivem e murcham sem reclamar, eis que a vida se renova a cada instante no micro e no macro cosmo e que tudo é permissão do Eterno.

Eis que as luzes das ribaltas do mundo se apagam ao fim de cada espetáculo, mas reacendem novamente no dia posterior para celebrar o milagre da vida, eis que a vida material é apenas um ciclo, mas que a alma é eterna.

Eis a rosa na janela, na melancolia romântica de Taiguara e eis a orquestra te esperando para começar tudo de novo nos bailes e nos saraus da sua existência.

Eis as lembranças daqueles que viajaram para nunca mais voltar e a saudade daqueles que estão próximos, mas que já viajaram para outra dimensão e não ousam retornar.

Eis as histórias, eis os livros e as estradas infindáveis com seus aclives e declives, suas pedras pontiagudas e suas alcatifas de relvas e flores.

Eis os farfalhar das árvores e o burburinho dos riachos. Eis o canto dos pássaros e o ribombar dos trovões nas tempestades da vida. Eis o arco-íris por entre as brumas no grotão.

Eis os brinquedos e os desejos, o sorriso e o pranto, os soluços e os encantos das tórridas tardes de verão.

Eis a montanha e o vento frio, o abraço acolhedor e os beijos doces de amor. Eis a chegada e a partida, eis o trem da vida no seu ir e vir interminável.

Eis que a vida te espera vestida de noiva, perfumada com deleite, doçura, suavidade, unção. Eis que Deus está presente em seus dias e que pela sua misericórdia as forças são renovadas.

Eis que a poesia e o romantismo ainda resistem ao tempo, porque ainda existem filosofias, filósofos e amor para serem distribuídos sem nenhuma forma ou fórmula de cobrança. Eis a vida te esperando... Seja feliz.