Canto Fúnebre Sem Música... (Edna Milay)

Publicado por: Ariadne Cavalcante
Data: 14/08/2014
Classificação de conteúdo: seguro

Créditos

Texto: Canto Fúnebre Sem Música Autora: Edna Vincent Millay Voz: Ariadne Cavalcante Música: Noctambule
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Canto Fúnebre Sem Música...


Bom dia, amigos, lendo hoje um texto do recantista Joel de Sá, me lembrei deste poema da poetisa americana Edna Vincent Millay que havia recitado há algum tempo atrás e resolvi republicá-lo para prestar uma homenagem aos escritores mortos este ano, tivemos várias lastimáveis perdas; estes são os que lembro, se alguém lembrar de outros, poderá citá-los em seu comentário: João Ubaldo Ribeiro, Gabriel Garcia Marquez, Rubem Alves e Ariano Suassuna.
Quem quiser ouvir clique no link marrom no fim desta página!

Amigos, incluo os nomes dos colegas recantistas que morreram este ano, para que esta homenagem se estenda a eles também:

Lustato Tenterrara (Luiz Carlos C. de Mello)
Maria Olimpia Alves de Melo (Merô)


Canto Fúnebre sem música (Edna Vincent Milay)

Não me conformo com a descida dos corações amantes à terra dura.
Assim é, será, e assim foi desde tempos imemoriais:
Pelas trevas vão os sábios e os belos.
Coroados de lilases e de louros, eles partem;
mas eu não me conformo.
Amantes e pensadores, contigo dentro da terra,
transformados na poeira morna e cega.
Um fragmento do que tu sentias, daquilo que tu sabias,
uma fórmula, uma frase apenas restou – mas o melhor está perdido.

As respostas rápidas e vivas, o olhar honesto, o riso, o amor
– estes partiram. Partiram para alimentar as rosas. Os botões serão meigos, elegantes e perfumados. Eu sei. Mas não aprovo.
Mais preciosa era a luz em teus olhos que todas as rosas do mundo.

Fundo, fundo, fundo na escuridão da cova,
Gentilmente descem os belos, os ternos, os bons,
Calmamente descem os inteligentes, os espirituais, os bravos.
Eu sei. Mas não aprovo. E não me conformo.
Ariadne Cavalcante
Enviado por Ariadne Cavalcante em 14/08/2014
Reeditado em 18/09/2014
Código do texto: T4922201
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