Os meus olhos marearam
Transbordando lágrimas sentidas
A incompreensão do mundo
Em cada lágrima escorrida
Chorei um rio caudaloso
Pedindo aos céus um rasgo de luz
As lágrimas me embotando a visão
Desta jóia rara que já não reluz
Triste e feliz ao mesmo tempo
Caem-me os ombros à realidade doída
Traduzindo a dor e o pão
O pão da vida, a dor da lida
Às batalhas de todo o dia
Esperando dar sentido a vida
Abençoada e triste caminhada
Por caminhos aborrecidos
E os meus olhos, ao contemplar o mundo
Não reconhecem, nem são reconhecidos
Daniel Amaral