Tenho um amigo
que também faz versos;
também tristes,
musicais e ternos,
e como os meus
também andam dispersos,
perdidos
entre folhas de cadernos.
De tristeza
ou de alegria envoltos,
retratando amores,
traduzindo ânsias,
são como pássaros
que voam soltos,
em busca
de idênticas distâncias.
Nossos poemas são,
no entanto, desiguais.
E embora, talvez,
nós o queiramos,
não são irmãos,
nem o serão, jamais!
Mas diversos
na forma e nos assuntos,
a ambos nos parece
que voamos
à luz do mesmo sol
cantando juntos.