Neste pedaço de sonhos
Eu crio demônios
Crio amor e tristeza e na rocha
Eu crio aspereza
Também crio céus e estrelas
E no coração a incerteza
Eu crio a morte e a vida
Multiplico as histórias, o adeus, as partidas.
Eu sou como um monstro medonho
Eu crio, eu me exponho.
Eu mostro os meus intestinos
Tomado por fezes
O sangue que corre nas veias
O pão que m'alma anseia
Eu mostro minhas faces na cara
Eu mostro minhas taras
E como eu não sei quem eu sou
Eu sou filho do amor
Ou talvez deste medo
E todo meu receio
É não saber quem eu sou
Alexandre Montalvan