O horizonte se prepara para a festa do pôr do sol...
É uma das minhas horas sagradas do dia.
Eu me aquieto nesse momento.
É sempre assim.
Eu me aquieto,
Talvez anestesiado pela saudade que não é pouca;
Talvez ferido pela carência que me paralisa
- dos filhos distantes;
- dos netos distantes;
- dos irmãos distantes;
- dos amigos distantes;
- dos sonhos distantes;
- das vitórias distantes.
Nesta hora sagrada do dia,
Eu me aquieto e passivamente reluto,
Porque preciso ser forte para administrar as feridas
E temo que esteja em mim a origem e causa da dor que dói realmente
- por minha indiferença;
- por minha intolerância;
- por minha insensibilidade;
- por minha ausência de corpo tão presente.
O horizonte se prepara para a festa do pôr do sol.
E cá estou: um pouquinho aqui, ali um outro pouquinho,
Mas a maior parte de mim está no meio do caminho...
Éver Silva
São Paulo, 14 de setembro de 2013 - 17h48